Resumo Introdução: Diversas técnicas cirúrgicas têm sido usadas na tonsilectomia no intuito de reduzir complicações. Objetivos: Avaliar os efeitos da sutura dos pilares na tonsilectomia em comparação à tonsilectomia isolada em crianças. Método: Dois autores pesquisaram independentemente cinco bancos de dados (PubMed, Scopus, Embase, Web of Science e Cochrane) em busca de estudos publicados até dezembro de 2018. Dos estudos incluídos, comparamos a tonsilectomia com sutura dos pilares (grupos com sutura) versus tonsilectomia isolada (grupo controle). A intensidade da dor no pós-operatório e outras morbidades (por exemplo, sangramento no pós-operatório, hematoma palatal, desconforto e edema dos pilares) foram medidas durante o período pós-operatório. Resultados: O sangramento pós-operatório [primário (OR = 0,47 [0,27; 0,81]) e secundário (OR = 0,14 [0,02; 0,78]) diminuiu significantemente no grupo com sutura dos pilares em comparação ao grupo controle. Não houve diferenças significantes entre os dois grupos na dor pós-operatória no 7◦ dia (DMP =−0,39 [-0,79; 0,00]), hematoma palatal (OR = 5,00 [0,22; 112,88]), sensação de desconforto palatal (OR = 2,62 [0,60; 11,46]), infecção no sítio cirúrgico (OR = 5,27 [0,24; 113,35]) e insuficiência velofaríngea (OR = 2,82 [0,11; 74,51]). Por outro lado, o edema dos pilares (OR = 9,55 [4,29; 21,29]) aumentou significantemente no grupo com sutura em comparação ao grupo controle. Conclusões: A sutura dos pilares na tonsilectomia pediátrica pode reduzir a incidência de sangramento no pós-operatório, apesar do aumento do edema nos pilares. A dor no pós-operatório, o hematoma palatal, a sensação de desconforto palatal, a infecção no sítio cirúrgico e a insuficiência velofaríngea não foram significantemente alterados em comparação à tonsilectomia isolada. No entanto, mais estudos são necessários para corroborar os resultados desta pesquisa. © 2020 Associaçao˜ Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial.´ Publicado por Elsevier Editora Ltda.
Abstract Introduction: Several surgical techniques have been used during tonsillectomy to reduce complications. Objectives: To assess the effects of pillar suture in conjunction with tonsillectomy as compared to tonsillectomy without suture in children. Methods: Two authors independently searched five databases (PubMed, SCOPUS, Embase, the Web of Science, and the Cochrane database) for studies published as recent as December 2018. Of the included studies, we compared tonsillectomy and pillar suture in combination (suture groups) with tonsillectomy alone,without suture, (control group). Postoperative pain intensity and other morbidities (e.g., postoperative bleeding, palatal hematoma, discomfort, and pillar edema) were measured during the postoperative period. Results: Postoperative bleeding [primary (OR = 0.47 [0.27; 0.81]) and secondary (OR = 0.14 [0.02; 0.78]) were significantly decreased in the pillar suture group compared to the control group. There were no significant differences between the two groups in postoperative pain at day 7 (SMD = −0.39 [−0.79; 0.00]), palatal hematoma (OR = 5.00 [0.22; 112.88]), palatal discomfort sensation (OR = 2.62 [0.60; 11.46]), site infection (OR = 5.27 [0.24; 113.35]), and velopharyngeal insufficiency (OR = 2.82 [0.11; 74.51]). By contrast, pillar edema (OR = 9.55 [4.29; 21.29]) was significantly increased in the pillar suture group compared to the control group. Conclusions: Pillar suture combined with tonsillectomy may reduce postoperative bleeding incidence despite increasing pillar edema in pediatric tonsillectomy. Postoperative pain-relief, palatal hematoma, palatal discomfort sensation, site infection, and velopharyngeal insufficiency were not significantly altered compared to tonsillectomy alone. However, further studies are needed to corroborate the results of this study.